As mulheres empreendedoras tomaram conta da primeira palestra da Arena Conhecimento, neste último dia de feira. Prontas para falar sobre os maiores desafios que enfrentam, ambas comentaram que a ideia de criar seu próprio negócio, veio, primeiramente de uma necessidade pessoal.
Sté Gustavson, sócia-fundadora da AmoKarité, conta que criou a empresa para uma necessidade própria, pois quando se tornou vegana passou a se preocupar com a origem dos produtos, os ingredientes que eram usados, passou a ler rótulos e entender os conceitos de seus produtos. A partir de então começou, dentro de casa, a fabricar suas próprias maquiagens.
Lidiane Barbosa, fundadora da Roomys Sorvetes, com uma experiência de 15 anos na indústria alimentícia, por muito tempo buscou, mas não encontrou um sorvete que fosse realmente saudável e gostoso. Então, ela decidiu ir diretamente para a Itália para aprender mais sobre um dos produtos mais consumidos pela população. Essa experiência a inspirou a abrir uma empresa de sorvetes veganos, sem glúten, sem leite, sem açúcar, clean label e realmente saborosos.
Para Lidiane, empreender por si só já é um obstáculo, ainda mais em uma cadeia tão difícil como a de congelados e sorvetes. Além disso, criar um negócio disruptivo, com ingredientes mais limpos e sem abrir mão desse propósito, é um desafio diário. Segundo ela, empreender neste ramo é acreditar que é possível fazer diferente e educar seus clientes todos os dias. Por outro lado, ela percebe que as oportunidades estão exatamente nas pessoas que não querem deixar de comer sorvete, mas que estão de olho na saudabilidade. É nessa lacuna que ela vê a oportunidade de divulgar e ampliar o seu negócio, que começou há apenas um ano e nove meses.
Sté conta que começou sua empresa com um investimento de apenas R$ 500, e um ano depois já contava com R$ 400.000 em investimento. Para chegar a esse patamar, ela precisou literalmente ir às ruas para vender seus produtos, chegando a vendê-los até dentro de elevadores. Para ela, é preciso se aventurar e não ter vergonha. A dica é simples: “O empreendedor precisa saber vender; você é o seu maior cliente. Além disso, é fundamental resolver o problema das outras pessoas, dando soluções”, conta.
Um obstáculo enfrentado por Sté é conseguir embalagens sustentáveis. O público que consome maquiagem também valoriza muito a beleza delas. A indústria ainda não está preparada, e os consumidores ainda não. Por conta disso, ela criou a maquiagem sólida, e dessa dificuldade surgiu uma solução patenteada que hoje é o maior pilar da sua empresa.
Quando perguntada se há como competir com as grandes marcas, ela disse que sim, porque os consumidores estão mudando, assim como ela mudou. Existe uma lacuna no mercado para quem busca não só se alimentar melhor, cuidar da saúde, se exercitar, mas também para quem quer se maquiar de forma saudável. Todos os dias, ela recebe clientes que estão fazendo essa transição. Hoje, com três sócios e uma fábrica com 20 pessoas, a maquiagem saudável faz todo sentido com a mudança de estilo de vida.
Lidiane conta que uma forma de driblar os desafios é apostar na divulgação dos diferenciais da empresa. Como um negócio sustentável, além de praticar o upcycling, todas as suas embalagens são feitas de material proveniente de reflorestamento. Para ela, é essencial ser saudável de dentro para fora; não se trata apenas de vender saudabilidade, até porque ela sabe que seus consumidores estão atentos.
Como estratégia de marketing, Lidiane acredita muito na transparência da comunicação. Aqui na feira, por exemplo, seus colaboradores estão usando camisetas que mostram a lista dos ingredientes usados. Ela costuma dizer que não vende nem sorvete nem gelato, e que criou uma nova categoria, a Roomys.
Hoje, o maior desafio é democratizar seu produto, já que se trata de um sorvete super premium. Apesar de ser para todos, já que é um produto vegano, sem glúten e sem leite, ainda é preciso diminuir o custo para o consumidor final. Segundo ela, esse é seu maior calcanhar de Aquiles, junto com o valor do frete, pois, por ser um produto congelado, os custos são muito elevados.
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